quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Artrópodes: Aracnídeos, Quilópodes, Diplópodes e Crutáceos.

 INVERTEBRADOS
Os Artrópodes: Aracnídeos, Quilópodes e Diplópodes

            Os aracnídeos estão divididos em vários grupos. Dentre eles seguem as informações sobre os mais importantes:
  • Araneídeos - as aranhas;
  • Escorpionídeos - os escorpiões; e
  • Acarinos - os carrapatos e os ácaros.
Araneídeos (aranhas):
            As aranhas apresentam o corpo dividido em cefalotórax (cabeça fundida ao tórax) e abdome. Nas aranhas o cefalotórax está unido ao abdome por uma fina "cintura" chamada pedículo.
            Na parte da frente do cefalotórax existem vários olhos simples, um par de quelíceras e um par de palpos. As quelíceras são estruturas pontiagudas que inoculam veneno numa presa, paralisando-a. Os palpos servem para manipular o alimento. Possuem quatro pares de pernas e não tem antenas.
            Na extremidade do abdome existem vários tubinhos onde se encontram as glândulas fiandeiras. Essas glândulas produzem uma substância pegajosa com a qual a aranha tece suas teias.
            As teias são feitas com vários tipos de fio: alguns muito resistentes; outros utilizados para enrolar as presas e outros ainda para fazer as cápsulas onde elas colocam os ovos.
            A caranguejeira, a armadeira, a aranha-marrom e a viúva-negra são alguns exemplos de aranhas. Suas informações seguem abaixo:
  • As aranhas-caranguejeiras são as maiores aranhas que existem na Terra. Ela tem vinte centímetros de diâmetro, incluindo as pernas. As caranguejeiras, embora amedrontem pelo tamanho, são aranhas relativamente inofensivas: possuem pêlos urticantes que podem provocar reações alérgicas numa pessoa.
  • As armadeiras são muito agressivas e podem saltar sobre as suas vítimas. Vivem entre bananeiras, terrenos baldios e podem entrar nas residências, escondendo-se em lugares mais escuros. A sua picada causa dor local e pode provocar vômitos, diarréia, queda da pressão arterial e convulsões.
  • Este tipo de aranha tem hábitos noturnos e vive entre folhas secas, cascas de árvores e também pode entrar nas residências, escondendo-se em lugares mais escuros. A sua picada não é muito dolorida, mas o veneno é muito perigoso. Provoca grandes feridas, febre, vômitos e, nos casos mais graves e raros, pode destruir os glóbulos vermelhos do sangue, causando anemia, comprometer as funções do fígado e até levar à morte.
  • Esta aranha vive em vegetação rasteira e em barrancos. A sua picada causa dor local, cãibras, calafrios, alterações no ritmo respiratório e cardíaco e problemas renais. É rara no Brasil. 
            O tratamento das picadas das aranhas de um modo geral deve ser feito com analgésicos, para passar as dores, e aplicação de soros especiais. Em qualquer caso, a vítima deve procurar um posto de saúde ou um hospital para que o tratamento seja orientado por um médico.
Escorpionídeos (escorpiões):
            O corpo dos escorpiões é semelhante ao das aranhas, com uma diferença: o abdome é dividido em duas partes, pré-abdome e pós-abdome. No pós-abdome, encontra-se uma glândula que produz o veneno, que o animal injeta na vítima com um aguilhão.
            Os escorpiões podem viver tanto em lugares desertos quanto nas matas. Vivem também debaixo de pedras, tijolos, telhas e nas fendas das árvores.
            O acúmulo de entulho e lixo nas ruas, quintais junto às casas e a proliferação de insetos, constitui um bom ambiente para os escorpiões, pois aí eles encontram alimentação farta: aranhas e insetos como baratas, grilos e moscas. Quando não encontram comida, os escorpiões praticam o canibalismo, isto é, devoram os seus semelhantes.
            O veneno dos escorpiões é neurotóxico. Agindo especialmente sobre o sistema nervoso, pode causar a morte por asfixia, pois os comandos que controlam a respiração ficam bloqueados.
            A ação do veneno é muito forte. A dor intensa que provoca no local da ferroada logo depois se irradia para todo o corpo do doente. Para acalmar as dores, os médicos, geralmente, fazem anestesia no local da ferroada e podem até sedar o paciente para que ele possa suportar o sofrimento.
            O soro antiescorpiônico é o único remédio eficaz contra as ferroadas dos escorpiões. Ele é fabricado pelo Instituto Butantã, em São Paulo.
Acarinos (carrapatos e ácaros):

            O corpo destes animais é inteiriço, sem divisões.
            No grupo dos acarinos, encontram-se os carrapatos e os ácaros. Os carrapatos são maiores e alimentam-se geralmente de sangue de outros animais. Provocam grandes prejuízos econômicos ao homem ao parasitar animais de criação, como o boi, o cavalo e o porco. Os ácaros são bem pequeninos e muitos deles parasitam a pele de animais e do homem, provocando doenças, como a sarna. Muitas espécies de ácaros parasitam plantas cultivadas, causando sérios prejuízos na agricultura, mas a maioria é de vida livre.
Quilópodes (centopéia) e diplópodes (piolho-de-cobra):
            Esses animais têm o corpo formado por um grande número de segmentos nos quais se localizam muitas pernas. É por isso que eram chamados miriápodes (do grego myriás = "dez mil"; podos = "pé"). Certamente era um exagero.
            Eles, no entanto, apresentam algumas diferenças importantes. Por isso são classificados atualmente em dois grupos: quilópodes (centopéia) e diplópodes (piolho-de-cobra).
            Os quilópodes possuem o corpo achatado. No primeiro segmento existe um par de garras com as quais o animal injeta veneno em suas vítimas. Em cada um dos outros segmentos encontra-se um par de pernas articuladas.
            As centopéias, também chamadas de lacraias, vivem geralmente em países quentes. Durante o dia, geralmente escondem-se embaixo de pedras, galhos ou folhas caídas. À noite saem do esconderijo para caçar minhocas e insetos, dos quais se alimentam. A centopéia crava as garras em suas presas e injeta-lhes veneno, matando-as. No homem, o veneno não é mortífero, embora provoque dores, inchações e vermelhidão no local da picada.
            Os diplópodes possuem corpo cilíndrico e em cada segmento existem dois pares de pernas. O corpo é dividido em cabeça e tronco.
            Esses animais habitam de preferência lugares úmidos - embaixo de pedras e folhas mortas ou dentro de troncos apodrecidos - e alimentam-se de vegetais mortos.
Curstáceos:
Os crustáceos são animais invertebrados. O grupo é bastante numeroso e diversificado e inclui cerca de 50 000 espécies descritas. A maioria dos crustáceos são organismos marinhos, como as lagostas, camarões, cracas, percebes, tatuís (Emerita brasiliensis, que vivem enterrados nas areias das praias do Brasil), os siris e os caranguejos, mas também existem crustáceos de água doce, como a pulga-d'água (Daphnia) e o camarão do rio São Francisco do estado da Bahia (Brasil) e mesmo crustáceos terrestres como o bicho-de-conta.

Podem encontrar-se crustáceos em praticamente todos os ambientes do mundo, desde as fossas abissais dos oceanos até glaciares e lagoas temporárias dos desertos.

C U R I O S I D A D E S:

  • Com  a chegada do inverno começam a aumentar os casos de alergia: asmas, rinites e sinusites. Apesar de não serem os únicos vilões, os ácaros são responsáveis por muitos casos de alergia, uma reação exagerada do sistema imunológico, que é ativado toda vez que a pessoa entra em contato com o agente causador do problema.
            Aracnídeos pequenos, os ácaros possuem cabeça,   tórax e abdome fundidos. Algumas espécies, que são capazes de provocar alergias em seres humanos, são comumente encontradas na poeira domiciliar, alojando-se também em cobertores, colchões, travesseiros, lençóis e tapetes. Alimentam-se de partículas de comida e até mesmo de células mortas que ficam nos lençóis.
            Na natureza, os ácaros se encontram no solo, humo, água doce ou salgada e podem parasitar plantas e animais.
  • Parentes dos trilobitas, os límulos raramente são vistos, pois vivem nas grandes profundezas do oceano. Medem cerca de trinta centímetros de comprimento e são considerados verdadeiros fósseis vivos. Possuem um cefalotórax articulado com um abdome em forma retangular, de onde sai um longo espinho. No cefalotórax, há um par de olhos semelhantes aos dos animais trilobitas.
            Os límulos também são artrópodes porque possuem vários pares de pernas articuladas, com pinças. São dotados de um exoesqueleto resistente e respiram por brânquias.
            Erroneamente foram classificados como crustáceos, mas os cientistas descobriram que esses animais são na verdade parentes dos aracnídeos.
            Os límulos alimentam-se de vermes e moluscos que encontram no lodo do fundo do mar. Na época de reprodução, são vistos aos milhares saindo das praias da Ásia e do litoral leste da América do Norte. Nas noites de maré alta, cavam pequenos nichos, onde as fêmeas depositam ovos. As larvas são levadas pela maré para o alto-mar.
  • A cópula das aranhas é muitas vezes um momento de risco para o macho. Na maioria das vezes ele é menor e pode ser devorado pela fêmea. Alguns machos atraem as fêmeas para fora de suas teias, fazendo-lhes a corte. Outros embrulham insetos, que são cedidos para as fêmeas. Enquanto elas devoram o inseto, os machos realizam a cópula.
            As aranhas são capazes de suportar invernos rigorosas, mantendo-se relativamente ativas, mas algumas, como as aranhas de alçapão, hibernam fechando suas tocas com uma "porta" de fios de seda.
            Todas as aranhas têm veneno e capacidade de picar, o que é diferente é o efeito que o veneno produz nos diversos animais. Quando matam um inseto, elas despejam sobre ele seus sucos digestivos e depois chupam o material nutritivo digerido de dentro do exoesqueleto.
  • Há alguns anos atrás, mais precisamente em 1995, vários bairros de classe média alta de São José dos Campos (SP) foram invadidos por escorpiões (principalmente os dos tipos Tityus serrulatus - escorpião amarelo e Tityus bahiensis).
            Assustados, os moradores apontaram como principal culpado o desleixo na limpeza da cidade. Foram encontrados escorpiões dentro de casa, de tênis, de globo de luz, de mochilas de crianças, no meio de cobertas e em banheiros.
            As péssimas condições de conservação da área verde e das praças da vizinhança foram responsáveis pelo surgimento de animais peçonhentos. Esses locais públicos estavam cobertos por mato e funcionavam como depósitos de entulhos.
            Sem que a administração pública solucionasse o problema, alguns moradores resolveram agir sozinhos. Entre as medidas que eles tomaram, uma era, no mínimo, curiosa. Um deles comprou vinte galinhas para dar cabo dos invasores. Além da galinha, os predadores naturais do escorpião são: sapo, coruja e siriema.

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